A Polícia Federal (PF) apreendeu mais cinco carros de luxo de um advogado durante a operação Grima II, deflagrada nesta quarta-feira (26) no Piauí. Alvo também na primeira fase da operação, quando teve outros seis veículos apreendidos, ele é suspeito de participar de um esquema de fraude à previdência social em pelo menos 39 municípios do estado.
A investigação da Delegacia de Repressão a Crimes Fazendários (Delefaz) da PF apontou que o esquema iniciado nas cidades piauienses, já estava sendo aplicado também no Maranhão, Ceará e Goiás. A estimativa é que a fraude tenha causado um prejuízo de mais de R$ 50 milhões à previdência social.
“Um advogado procura um gestor público e explica que ele pode receber de volta um valor pago à previdência, em sistema de cashback. Ele assina um contrato com a prefeitura, e nesse documento ele fixa um valor a título de honorários, que varia entre 20% e 30% do recurso que a prefeitura espera receber com a operação”, explica o delegado Marco Antônio Nunes.
Segundo o delegado, o grupo fraudava as guias de recolhimento para ter acesso a um valor de cashback maior. Os valores são devolvidos pela previdência ao município e o rateio é feito entre o advogado e os gestores públicos. Quando a Receita Federal realiza a auditoria verifica que as informações repassadas pelos municípios à previdência estão erradas.
O alvo preso em Goiás na operação de hoje residia no Piauí. Segundo o delegado, a prisão se deu porque o alvo deixou o Piauí e as circunstâncias dessa mudança não ficaram claras para a polícia.
Na operação de hoje, a polícia apreendeu documentos que podem subsidiar o prosseguimento da investigação.
Fonte: Adriana Magalhães/Cidadeverde.com