O prefeito Dijalma Gomes Mascarenhas e o vice-prefeito Clézio Gomes da Silva, eleitos em Monte Alegre do Piauí nas eleições municipais de 2024, tiveram os diplomas cassados por decisão do juiz eleitoral Antonio Fábio Fonseca de Oliveira, da 35ª Zona Eleitoral de Gilbués. A sentença foi proferida na última sexta-feira (25).

De acordo com a decisão, os gestores foram condenados por abuso de poder político e captação ilícita de sufrágio (compra de votos), condutas que, segundo o magistrado, comprometem “a legitimidade do pleito e a liberdade de voto”.
A investigação apontou que, em 30 de setembro de 2024, os então candidatos, acompanhados de seguranças armados, teriam coagido eleitores na localidade Riacho Morto. Segundo a denúncia, o casal Denize Alves Dantas e Jerrisson Ferreira Pereira foi ameaçado de perder a moradia — um prédio público desativado — e o vínculo de serviço de Denize, responsável pela bomba-d’água comunitária, caso não manifestassem apoio à chapa.
Ainda conforme a sentença, o prefeito teria prometido a escritura de um imóvel público, identificado como um antigo colégio, como recompensa pelo voto. O juiz considerou o conjunto probatório “sólido, fundado em mais de um meio de prova”.
A decisão também destacou que a ameaça de perda do serviço se concretizou após o pleito. Documentos mostraram que o nome de Devite Rodrigues de Sousa Neto, irmão de Denize e responsável pelo recebimento do pagamento do serviço da bomba foi excluído da folha de pagamento municipal em 1º de outubro de 2024, o que configuraria retaliação política e uso da máquina pública para fins eleitorais.
