A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou nesta 4ª feira (14.fev.2018) sua Campanha da Fraternidade de 2018 com o tema “superação da violência”. O presidente nacional da CNBB, cardeal Sérgio da Rocha, afirmou que a Igreja pedirá a seus fiéis que não votem em candidatos que “tentem combater a violência com mais violência”.
“Queremos candidatos comprometidos com a Justiça Social e a paz, não candidatos que promovam mais a violência”, disse sem citar nenhum pré-candidato à Presidência da República. “A Igreja, como sempre faz, estará orientando os próprios eleitores, não substituindo a consciência dos eleitores, mas ajudando a formar a consciência.”
A campanha reforça a importância do Estatuto do Desarmamento, que tenta ser alterado por congressistas. Durante a apresentação do texto, o secretário-executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), Carlos Moura, destacou que o fim do Estatuto será mais ainda mais agressivo para a população negra.
Outra crítica ao governo foi em relação a corrupção e as reformas defendidas pelo governo de Michel Temer. “De repente 1 grupo de pessoas se acha no dever moral de salvar o Brasil, e eu duvido 1 pouco de que tenham moral para isso, dado que existem processos e questionamentos no mundo jurídico.”
A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, participou da cerimônia. Cármen disse que o Judiciário atua pela pacificação do Brasil em meio a uma sociedade desconfiada. “Quando era menina, cansei de ouvir minha mãe falar que se eu tivesse 1 problema, deveria chamar 1 adulto por perto”, disse ela. “Hoje, eu vejo mães e professoras alertando filhos e adultos para desconfiarem de adultos que se aproximam da escola.”
“Fico me perguntando a sociedade que semeamos quando a desconfiança sobre o outro é o que se prega”, questionou a ministra. Segundo Cármen, o Poder Judiciário busca a pacificação e a solução de conflitos.