Esperantina - PI, sexta-feira, 29 de março de 2024

Investigação encontra indícios de suposta fraude em concursos público de vários municípios

Por Clenilton Gomes em 18/12/2020 às 10:08

A Polícia Civil do Piauí, através da Delegacia de Combate à Corrupção (DECCOR), e o Ministério Público do Piauí, através do GAECO e a Promotoria de Justiça de Cocal, deflagraram na manhã de ontem, quinta-feira (17), em Teresina, a 2° Fase da Operação Dom Casmurro. Foram cumpridos mandados de prisão preventiva expedidos contra empresários, servidores públicos e demais integrantes do grupo que dirigia as empresas Instituto Machado de Assis e Crescer Consultorias.

As empresas, Instituto Machado de Assis e Crescer Consultoria são apontadas como participantes do esquema de fraude a licitações e a concursos públicos. Elas movimentaram pelo menos R$ 28 milhões, em cerca de 11 anos de atuação em municípios do Piauí e do Maranhão. Esse foi o valor bloqueado judicialmente a pedido do Ministério Público Estadual. Entre os presos, estão um servidor da Assembleia Legislativa, uma empresária e uma professora da Instituto Federal do Piauí (IFPI), que são apontados como líderes da organização.

A segunda fase da operação Dom Casmurro é um desdobramento de uma investigação iniciada após denúncias de irregularidades em um concurso da Câmara Municipal de Cocal, no norte do Piauí. Ao todo, são 13 denunciados. Foram cumpridos oito mandados de prisão, inclusive contra três pessoas apontadas como líderes da organização.

De acordo com as investigações, existem indícios de que, somente o Instituto Machado de Assis tenha fraudado concursos em pelo menos 11 municípios do Piauí:

  • Esperantina
  • Francisco Santos
  • União
  • Inhuma
  • Oeiras
  • Luís Correia
  • São José do Piauí
  • Campo Maior
  • Picos
  • Paulistana
  • Câmara Municipal de Cocal

“Era uma ação deliberada para beneficiar apadrinhados políticos e pessoas próximas à gestão. Era empresas que atuavam há mais de 10 anos, frustrando sonhos de muitos estudantes”, explicou o coordenador da Delegacia de Combate à Corrupção, Ferndinando Martins.

Delegado Ferdinando Martins (Foto: Roberta Aline)

Ainda de acordo com as investigações, as duas empresas pertenciam ao mesmo núcleo familiar e, em alguns casos, chegavam a simular concorrência. ” Em alguns municípios elas chegavam a disputar licitações e uma perdendo por coisas simples, erros grosseiros”, destaca o delegado.

CONCURSO DE ESPERANTINA

O Instituto Machado de Assis foi responsável pelo Concurso Público da Prefeitura de Esperantina realizado em 2016, na gestão da Prefeita Vilma Amorim. Segundo a investigação há indícios de suposta fraude na realização do certame.

Segundo o Ministério Público, o juiz da comarca de Esperantina deverá ser informado da operação, a fim de iniciar uma investigação individual para apurar a acusação de suposta fraude no concurso da prefeitura de Esperantina.

Fonte: RevistaAZ